quinta-feira, 28 de abril de 2011

Dois mais dois é cinco?


Sabe quantas vezes eu já decidi ter uma profissão que eu seguiria para o resto da minha vida?!  Muito mais do que se possam imaginar. Me permito dizer que sou uma mulher de grandes decisões, de entender que se, aquele é o melhor caminho e em um segundo mudo toda a minha rota. Sim, eu sou destemida. Mudo-me de lugar como animais que passam inverno em um país, verão em outro, talvez uma andorinha, ou quem sabe um pingüim. Em menos de 3 anos eu já morei com 16 pessoas diferentes, enquanto passava uma chuva no interior, morei com minha tia. Em uma sexta-feira ganhei uma oportunidade e em poucos minutos estava eu, de mala pronta para a capital, completamente decidida a ser âncora do jornal nacional (em tempos atuais está muito mais fácil ser âncora de barco teco-teco no Rio Poxim), mas quando eu acredito em algo, só o nosso Pai Celestial para dizer: -“Ei, mocinha, pare por ai.” Fora isso, quebrar a cara é o meu limite, aliás, nem sempre. Porque um arranhãozinho nas fuças não é o suficiente para me fazer desistir.

Consagrada jornalista em meus planos e moradora de uma casa de dois quartos onde moravam cinco lindas moçoilas, eu habitei aquele ambiente por seis meses. Estudava, lia livros sobre comunicação social e carregava-os embaixo do braço como o livro sagrado. Mas algo em mim coçava e eu decidi me mudar. Queria ficar perto da universidade e da galera, queria ir para as festas e voltar de madrugada como uma verdadeira universitária. E assim foi por um ano. Mas quando a coceira ataca não tem pomada que cure, a solução é me mudar. E no inicio desse ano foi o que fiz, queria ficar mais perto da universidade, em frente para ser mais precisa, e além disso, queria ter um quarto. Pago caro por isso, metade do meu salário de estagiária vai para o ambiente com paredes brancas, 2x2, nem tudo coube lá dentro, mas isso não importa, são detalhes. O meio do ano nem chegou e eu já estou me coçando, não para me mudar de apartamento, mas para mudar de cidade, de Estado e de curso. Sim, eu não quero ser jornalista. Pelo menos é o que eu penso. Hoje, dia 28 de abril de 2011, eu permito dizer que vou ser nada. Vou fazer capas de caderno e escrever poesias para sobreviver. Vou descobrir parentes no interior de Roraima, vou fazer amigos lá pelas bandas de Goiás, vou andar por aí. E quem sabe um dia eu realmente seja alguma coisa?!

2 comentários:

  1. concordo, cada um é feliz de um jeito! boa sorte aí!

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  2. Má, acredite se quiser eu continuo com a alma coçando. Assim como a sua. Talvez eu não tenha coragem de mudar como você - afinal, cá estou no meu último ano de faculdade - mas a verdade é que me pergunto, cada vez com mais frequencia, se estou indo no caminho certo.
    Se estou, não sei. Mas sei que esse é o primeiro de muitos caminhos, que dão em muitos outros e assim vai.

    Boa sorte na sua nova decisão. E vê se volta aqui pra contar sempre. Seus textos estão amadurecendo assim como você.

    bom demais!

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