quarta-feira, 2 de julho de 2008

Um cara

Chegou em determinado ambiente, apresentou-se, tomou um drinque, sentou-se e sem cerimônia começou a conversar sobre filosofia,nova ordem mundial, e uma tal de geração coca-cola.
As pessoas ao redor ficaram encabuladas diante daquele cara cheio de conhecimento e com um certo ar de boçalidade.
Vestido com uma calça jeans dos anos 80, uma camisa com estampa, no rosto um óculos de armação atinquada e lentes grossas, no bico um cigarro bastante fedorento, ele ia falando e falando.
Depois de uma meia hora de conversa fiada, ele se levanta, amassa o cigarro em uma mesinha que estava do seu lado, bebe o último gole do drinque,agradece e sai.
Os comentários são variados, todos desejavam descobrir quem era aquele cara esquisito.
Sem que os convidados perecebessem ele volta, e fala: " É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã" e vai embora de vez.

A falta de entendimento daquelas pessoas que estiveram diante de um poeta, que viveu intensamente, falou de verdades que não se estavam acostumados a ouvir.
Morreu, sua mãe diz de tristeza, ninguém vai saber.
Porque na verdade ele se mantem vivo, nas músicas, na história, e sua voz marcante e singular ainda pode ser ouvida pelas ondas do rádio.
Aquele homem era Renato Manfredini Júnior ou Renato Russo.

Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.
Renato Russo

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