Quando
eu tinha doze anos delimitei planos e datas. "Daqui a dez anos eu me formaria em psicologia em uma universidade
pública , trabalharia em algo que eu
amasse, compraria meu carro, conheceria Minas Gerais e faria um curso de teatro.” Verbo bem colocado. Futuro do pretérito. Ria. É o que eu deveria
fazer... Rir. De mim mesma.
Dez
anos era muito tempo, eu iria me preparar para tudo isso. Com certeza estaria
preparada, adaptada e realizada. Por que não?
2012.
Dez anos depois. Cursando jornalismo em
uma universidade particular, o trabalho não é amor e sim necessidade, carro?
Nem carteira de habilitação e nem saber dirigir, Minas ainda habita planos e
teatro? ...hum...fica para depois.
Era
tão natural o meu sonhar, eu tinha tanta certeza que tudo se realizaria que me
preocupei pouco com o planejando. Porque uma coisa é você ter um plano na
ideia, outra coisa completamente diferente é colocar isso em prática. Não vou
me posicionar como vítima, apesar de saber que eu poderia fazer isso. Mas não. Ao
mesmo tempo em que eu poderia ser vítima da situação (condição, dinheiro,
família, um imã que me puxava para baixo e coisas afim) eu poderia ter lutado muito
mais, ter dado uma de revolucionária-corajosa-que-vai-em-frente-sem-olhar-para-trás.
Enfim...aqui
estou eu do lado da árvore de natal em um apartamento alugado dividido com
amigas, ouvindo Belchior, torcicolo por dormir em uma cama dura pra porra, pensando
na vida, no Natal, na cor que vou usar Reveillon,
nos vinte e dois que vou completar daqui a dez dias e nos planos que fiz quando
tinha doze anos. E o que fazer se não rir? Pela ingenuidade em pensar que o
mundo era um lugar generoso e que planos tinha sido inventados para serem
realizados.
14/12/2012
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