SOBRE MODOS DE SER...
Todos os dias encontro a verdade. Vez ou outra ela chega sem avisar, senta no sofá, coloca os pés na mesa, abre a porta da geladeira e toma conta do espaço. São nesses momentos que eu bato de frente com ela, questiono, esbravejo, desaguo toda indignação por tamanha indelicadeza de chegar. Mas ela não se dá por rogada, afinal, ela é dona de si.
A QUESTÃO NÃO É A ROTINA
Sempre tive medo da rotina. Medo de que ela engolisse meu jeito de ser
de maneira que eu não me lembrasse mais de quem eu era quando saísse
dela, isto é, se um dia saísse. Certas rotinas nos fazem esquecer; é tão entranhado no
cotidiano que não há o que se fazer sem ela. Nos obriga a segui-la como
quem tem um mestre, uma razão, uma justificativa para tamanha entrega. E
não, não há.
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