terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Só mais um desabafo qualquer

Rua do Ouvidor

Tentei escrever-te mais não tenho conseguido. Empacou. Escuto canções, melodias, Gonzaguinha, Belchior, nada me comove. Olho imagens inspiradoras, sorrisos, abraços e vidas sociais invejáveis...Não sai. 

Palavras estacionadas na falta de criatividade em descrever o que tenho sentido, ou seria no não-sentido. Estacionei na falta. 

E sabe de uma coisa? Tenho sentido bastante falta da Rua do Ouvidor em Ouro Preto, de longas conversas com ainda não conheci, de reencontrar gente que está próximo, de vivenciar instantes de glória e de guerra, de fotografar lugares que ainda não vi, de músicas que ainda não foram escritas. É um sentir falta muito estranho. Coisa de maluco mesmo. 

Apesar de saber que Clarice escreveu isso durante toda sua existência, minha metade racional  dúvida dessa história da nostalgia e do sentir por coisas que não viveu. 

De onde vem essa falta? 

Há uns anos atrás, eu sonhei em ser uma grande artista,  me encaixar nos "new have", ser capa de alguma revista da moda, escrever, cantar e estar na novela das oito. Tudo ao mesmo tempo e na mesma intensidade. Mas em que horas da vida eu deixei isso escapar? Eu não deixei. Vive aqui dentro. E de vez em quando eu penso nisso, me sinto bem. Naquela época não muito distante, se me perguntassem qual a minha grande meta? Eu diria: - Publicar um livro. E já tinha separado textos, feito orçamento, escolhido a gráfica...e parou. Acho que eu andava com sono demais. Sonhando de menos. 

E ai vem o não conseguir escrever, a limitação, as folhas rabiscadas, o congelar, as fotos, as canções e o cansar de tentar. Tentar dizer algo que ainda não foi dito, de tocar quem me lê, de aproximar, encantar ou nem sei mais o quê. Tentar ser algo que ainda não fui para mim e para os outros. Suprir esse vácuo dentro do que sinto. Sucumbir quando conseguir tal feito. Quem sabe ser mais depois disso? 

Menos ausências. Mais palavras. 

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