quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Da série - Coisas que só acontecem comigo - Criar


Tenho mania em criar palavras. Mas o pior dessa história é que crio sem perceber. E quando você cria palavras assim sem aviso prévio, soa estranho para quem escuta, afinal não se espera que uma estudante de jornalismo nas vésperas da formatura fale errado. Não é? Mas eu invento, a verdade é essa

Que os mestres em língua portuguesa me perdoem, mas de fato, é sem querer. E é fato também que também estou bem longe de ser um João Guimarães Rosa, que era um profundo pesquisador da língua e criava palavras sempre embasado em tais pesquisas. Eu não, é correnteza. Aliás, para firmar em alguma coisa, eu me identifico com a ideia do estudioso em língua, Ismael Coutinho, que afirma que quando se tem necessidade de expressar uma ideia que não haja no vocabulário correspondente é aceitável que se crie palavras. Então, ok.

Geralmente eu costumo inventar palavras ou expressões em conversas informais, que acabam virando bordão entre a turma, essas coisas de gente criativa com o tempo ocioso. Mas o pior dessa novela real é o costume, tem coisa pior para um ser humano do que ligar o automático e acabar fazendo coisas sem perceber e em lugares em que não deveria? Quem inventa palavras ou tem manias estranhas, sabe do que estou falando.

FATO é que...
Era uma conversa de trabalho, eu, mais três funcionários da empresa, debatíamos sobre a previdência privada e a necessidade de ter uma em tempos de crise financeira. Conversa vai, conversa vem, valores de contribuição, rendimento e coisa e tal, que eu, em meus momentos de crise linguística, solto a pérola: -A ideia é "duplificar". 

Na minha cabeça uma mistura de simplificar com duplicar. Na cabeça de quem está ouvindo "de onde essa maluca tirou isso?"  

E o pior é que eu só reparei o que tinha falado quando um dos funcionários que estava na conversa disse: -Você estava querendo dizer duplicar? 

Na minha cabeça: " Pqp, a pessoa não pode nem inventar palavras em paz hoje em dia."

Pensei dois segundos, respirei até o fundo dos pulmões e disse: - Não, eu estava querendo dizer duplicar com simplificar.

Ele:- Mas essa palavra não existe.

Eu: - Acabei de inventar baseada na ideia que quando o que quero dizer não existe palavra que consiga, eu posso criar uma palavra, certo?

Ele: - Hum...é...não...deixa...Certo.


MORAL DA HISTÓRIA
Aprender a ser maluca em casa. Ou entre amigos. Ou depois de algumas doses de vodca. E SÓ.  Criar palavras em ambiente de trabalho...definitivamente...NÃO.

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