quinta-feira, 3 de novembro de 2011

violeta na janela

Violeta era atriz, sonhava com os grandes palcos, mas a vida te podou. Estudava psicologia e aproveitara trabalhos do curso para  criar papéis que faziam dela um pouco do que queria ser. Violeta era uma moça carente, queria amar, mas queria ainda mais ser amada. Gostava de vestir estampas, cores fortes, nunca fora do tipo de passar desapercebida. Gostara de chamar a atenção. Tinha amigos por onde passava, em todos os cantos. Arrancava sorrisos em conversas. Violeta era engraçada, mas não admitia isso. Gostava do drama, isso sim. Dramática como toda canceriana autêntica, dramática como toda boa atriz. Violeta  merecia ser escrita, pintada para ser sempre lembrada. Não era uma pessoa qualquer, não chega nem perto de ser comum. Nela cabe todos os sonhos do mundo.  Não conheço outra Violeta, só ela. Uma flor que sofre demais, chora demais, ri demais, uma pessoa que não contenta-se com o pouco. Se for para ser, ela só admite o que for completo.

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