quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vírgulas.



Pessoas que se vestiam de pessoas e andavam pelas ruas, como se fossem pessoas. 
Juravam amor eterno, cobria os pés com sapatos e perguntavam as horas para os estranhos.
Choravam pelos cantos, escreviam cartas amargas, usavam de mentiras para se livrar de problemas.
Pareciam ser pessoas, mas não eram.



Se amontoavam pelas esquinas.
Bebiam café com pouco açúcar e pediam paciência.
Vez ou outra esqueciam que não tinham sombra.
Afinal, não eram pessoas.
Eram alguma coisa que eu ainda não podia identificar.
Mas não tinham lembranças, nem histórias, nem sentimentos e nem olhar...Andavam pelas ruas, pareciam ser pessoas,mas não eram.


Marília Macedo

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