terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Minha outra metade.


Fábio Junior ia fazer um show em Aracaju, e  de uma coisa eu sabia, eu tinha que ir. Peguei dinheiro, roupa, sapato, tudo emprestado e fui rumo ao desconhecido para enfim encontrar o cara que cantava as músicas que embalavam a minha adolescência.
Como fiquei na pista, eu estava bem longe do palco, passei o show todo estática, observando de longe aquele cara lindo e tão apaixonante. 
Quando o fim do show se aproximou, ele começo a contar uma história : “ Acreditem em seus sonhos, é tudo que de mais valioso nós temos’, eu chorei muito, pensando em como era importante estar ali.
Quando ele começou a cantar “Felicidade”, percebi que era a minha chance.
Tirei a sandália, pulei a gradezinha que me separava dos camarotes e corri. Cheguei perto do palco, subi em uma cadeira e comecei a gritar: Fábio! Fábioo! Gritei tanto que ele segurou na minha mão. Neste instante percebi que eu existia.
Quando o show acabou, eu corri para o portão por onde sairia os carros, e em algum deles, o Fábio.
Começou a chover, e eu descalça, ansiosa, esperando ele passar. Depois de uns vinte minutos percebi que uma mulher gritou: “ Ele está ali”, um carro cinza saía da garagem.
Não pensei, corri atrás do carro. Bati com toda a minha força no vidro, quando ele abriu o vidro e segurou minha mão.
Não falei nada, não pedi foto, nem autografo, era o meu sonho realizado. Ficaria só na minha memória.
O carro foi embora. E eu fiquei. Na chuva, descalça, cabelo inchado, maquiagem borrada, mas com a incrível sensação de ter chegado perto do meu ídolo.



* Essa foto foi eu que tirei no instante em que ele cantava " Felicidade"
*Pauta para capricho:" O que você faria se esbarrasse com o famoso que mais ama?"

Um comentário:

Basta nada

Viver é um momento. Contemplar.  Viver é um sopro. Lembro-me do primeiro contato com o morrer. Eu tinha cerca de cinco anos. De mãos...