sábado, 12 de dezembro de 2009

Geni, Chico e Budapeste.

      Chico escrevia como José Costa, ou José Costa escrevia pelo Chico ?! O livro Budapeste se desenrola em cima da farsa de saber quem escreve por quem, o que seria verdade e o que não.
       Um romance deliciosamente narrado pelo grande compositor Chico Buarque, que de forma clara e ágil conduz o leitor como um cavalheiro conduz uma dama pelo salão de dança. 
Nos levando a imergir na misteriosa cidade de Budapeste e nos teus romances cheios de incerteza. 
       Incerteza. Talvez seja essa a palavra que mais se aproxime do romance Budapeste, já que rumamos a nenhum lugar, como quem caí em meio ao reflexo de muitos espelhos.
O grande questionamento que encontrei neste livro foi de quem nós lemos de verdade, a história em si ou o autor, e qual o limite que separa eles. Qual a fina linha que distingue o leitor, do autor, da história, do livro. E o real é que acabei me perdendo entre a história, a opinião, o autor e os tais limites.
      Já que um livro com capa parda e com um  nome branco, em negrito, bem visível com o nome Chico Buarque, pode vender muito mais do que um que tivesse José Costa,  desconhecido e comum brasileiro, com o mesmo enredo.
Não nego que iniciei o livro por conta do nome do autor,e já pelo meio do mesmo deparei-me com versos que pareciam ser das canções do seu autor, mas já chegando no fim quase esqueci quem o tinha escrito. Mas o último capítulo se deixou entregar a poesia, como a Geni se entrega ao forasteiro.


     Budapeste gera um verdadeiro caleidoscópio de opiniões. E a minha reles opinião mortal é de que o livro parece uma canção de Chico Buarque com o diferencial de ter 174 páginas e capa de cor parda. 

Um comentário:

  1. É maravilhoso, adoro esse livro! Parece que é o Chico que está contando a história do seu lado, porque não é uma narração comum né... é meio interrompida, muito legal. Tenho vontade de ler o Benjamin também, você já leu?
    Beijos!!

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