sábado, 2 de novembro de 2013

Tortura

por favor.


Nunca mais inspiração. 
Nunca mais desejo. 
Nunca mais vontade de externar sentimentos.
 Nunca mais.
 Por onde você anda que não me visita mais?

 Antes chegava sem avisar, sem bater, empurrava a porta e adentrava ao território de onde nunca deveria ter saído. 

Te podei demais? 
Cortei suas asas? 
Nunca mais veio. 


Todo medo que antes eu sentia de atrofiar nas palavras, aconteceu. Mas não deixo de tentar, abro a tela do computador, o cursor pisca, alguns devaneios se derramam, mas nada se completa de tal forma que valha a pena ser dividido. O leitor não merece pensamentos vazios. Palavras vagas não preenchem sequer uma frase quanto mais uma reflexão. Mas hoje, como nunca mais, veio o desejo sóbrio, doído, veio da necessidade de expressar minha insatisfação com a falta de vontade. Preciso dizer que tento...Sei que a sensação do fluir das letras é passageiro, por isso devo aproveitar para tratá-las com carinho e poesia, para que sinta vontade de voltar. Acho na verdade é que as palavras perceberam a minha distância do que me inspira e resolveram me punir. Lembro da fluidez de antes e me machuca saber que por mais que eu deseje dividir o que me serve, não consigo mais. 

Te podei? 

Sua distância me trancou, você foi embora e levou a chave. Cortou minhas asas da inspiração e já não posso voar. 

Nunca mais veio. 

Eu ainda estou aqui. Tela branca. Devaneio...nunca mais.







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