quinta-feira, 25 de agosto de 2011

que dezembro venha bem


Algo por dentro diz que é passageiro, que a dor vai cessar  e que na primeira manhã de setembro fará sol.
Malas prontas. Dia em pranto. Mas para onde vai? Ainda não sei, aqui não fico. Tem algum dinheiro? O suficiente. Tá certa disso? Não. A certeza é o sabor que poucos sentem e sinceramente ela não me serve para muita coisa, do que adiantaria a certeza sem a coragem? Ando com o coração pulsando na boca, pronto para sair, e tudo que desejo é que junto com as lágrimas que eu derramar a dúvida escorregue junto.

1990, dezembro, nasceu, pequena, frágil, com medo, quero a minha mãe. 1995, escola, choro, quero ir pra casa. 2000, minha cachorrinha, vou cuidar dela. 2002, ginásio, quintal de casa, sonhos. 2004, primeiro amor, saudade, ansiedade, quero sair. 2005, 15 anos, natal, sozinha. 2007,  escola nova, gente nova, dúvida, certezas. 2009, quero ir embora, vestibular, frustração, jornalismo, saudade de casa, ônibus. 2010, contas, namoro, sair, quero ir embora. 2011, 20 anos, longe, só, mundo, largar tudo, ir embora, para sempre, para casa, para o mundo, para 1990, para 2030. 

 Eu espero que fique tudo bem no natal, que eu sorria no ano novo, que não deixe de acreditar. No novo, na verdade e na vida. E o meu maior sonho é que quando dezembro chegar esteja tudo bem. Isso não é tristeza, é vontade.

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente.

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