quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Chuviscos...

Foi um daqueles chuviscos que não duraria mais  de dois minutos. E de repente eu vi a multidão correndo para algum lugar que pudessem se proteger das gotas de água que caiam geladas do céu. Embaixo de uma árvore eu ignorei os pingos da chuva, eles não me atingiram. Olhei para cima e me senti protegida por um imenso guarda-chuva. As pessoas que passavam ignoravam a minha presença, talvez eu fosse feia demais, ou o medo  da enxurrada que se aproximava amedrontou os que passavam.

Todas aquelas pessoas que andavam em ritmo frenético em busca da saída eram completamente diferentes. Existe coisa mais fascinante do que observar pessoas?! Se existe, ainda não conheci. Noite fria, chuva repentina e gelada, as gotas pegaram de surpresa os jovens que saiam de suas salas de aula.

Gente feliz, os pobres de espírito, os sábios, amigos e falsários, corriam juntos ao mesmo rumo, a catraca que separava a universidade do mundo externo. Não era exatamente medo da água, mas os pingos de chuva que caiam sobre os cabelos chapados e a maquiagem, podiam desmanchar uma pessoa milimetricamente montada para parecer perfeita e acima do bem e do mal.

Eram todos feitos da mesma matéria perecível e a corrida para fugir da chuva uniam todos em um mesmo objetivo, ir embora.  

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