quarta-feira, 6 de novembro de 2013

rio, rio, rio...

Era o sopro de Deus me levando rumo ao que de tão desconhecido, amedrontava. Tola!  Deus só sopra leve, um leve adiante para o caminho certo. Tolice seria não ir. Ainda bem que não segui o meu medo, pelo contrário, segui em frente. 



Enfrente. Foi o que mais fiz para conquistar tal prazer. Nada do que vi de grandioso chegou próximo ao que vi da janela do boeing. Mesmo noite, quando a maioria dormia de cansaço, meus olhos ligeiros acompanhavam cada luzinha. Tudo parecia um sonho de tão inimaginável. E de repente... Milhares, milhões, infinitas luzes...uma árvore de natal gigantesca se mostrava para mim. Só eu poderia entender esse significado. Era o Rio. E eu ri de uma alegria tão inebriante que um mês depois escrevendo aqui, eu rio do mesmo jeito. 

O corpo pesado de tão cansado e alma flutuava de tanta satisfação. Quem ganha nessa missão? O mais leve, claro! Queria dormir pouco naquele lugar, aliás, preferia nem dormir, o desejo era de mergulhar em cada canto daquela cidade. Saber de cor os nomes das ruas, conhecer pelo nome cada motorista de ônibus, ir e voltar de metrô todas as vezes que pudesse. Tudo era solar e colorido! Até mesmo nos dias de chuva, clareou para mim. Fiz questão de sentir todas as sensações que pude...o arpoador com seu espetáculo do sol, o desvendar mistérios do parque lage, o doce da colombo, a cachaça da caipirinha,os corpos esculturais de ipanema, a vista....Qual vista?! Tudo é uma vista nessa cidade.

 Tudo parecia ser feito para apaixonar, qualquer simples olhada merecia um sonoro: Nossa! Como não respirar daquela atmosfera como quem dá o último suspiro? Como não gastar todos os centavos na tentativa de trazer pedaços daquele lugar em forma de lembrança? Eu só queria que alguém me explicasse como conhecer isso tudo e não se lembrar todos os dias que existe um lugar daquele na terra? Sim, isso tudo escrevi para dizer que deixei de mim muito mais do que trouxe de lá.  Preciso voltar para buscar. E quem sabe, ficar?!


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